quarta-feira, 14 de maio de 2008

UM SERVO AREPENDIDO SERVE?

José Emiliano da Cunha 08/09/88 - 09.30 h.

Esta reflexão se deu quando me preparava para ir ao seminário.

O Senhor o chamara a trabalhar em sua seara,

Onde o trigo está a embranquecer ante a berrante Necessidade: servos para colher o que se plantara.

Feixes de trigo caindo dos tenros talos, e

Se perdendo ao chão.

Celeiros abarrotados, precisando de arrumação.

O servo vai!

Inicia-se o processo de aprendizagem.

Aprender as técnicas e métodos

Para que a colheita se concretize.

Dias, meses e anos debaixo do sol.

Trigo ajuntado. Celeiros arrumados.

Mas... pouco se fez.

Pouco... ante a vastidão do campo e a urgência da colheita.

Alguns anos à frente, após tal convocação,

O servo sucumbe ao peso da tarefa

Acovardando-se ante o sacrifício, amor e resgate

Do seu Mestre, soerguendo-o da posição de escravo

À de filho amado.

Tristeza, inquietação e insatisfação dominam mente e coração daquele quem antes prontamente estivera à submissão.

Seu Senhor bondosa e meigamente sussurra em leve cicio: “Meu servo não temas! Não temas pois eu te escolhi! Sei que é difícil, mas confia em mim... Confia em mim, e então tu verás o meu poder!”

Ânimo, coragem e nova disposição florescem no coração do servo.

Um retumbante, mas humilde ‘sim’ é dito perante o Trono.

“Quero colher mais! Quero ajuntar mais!

Senhor, alarga e abre minha visão.

Dá-me a urgência da obra ante o seu regresso em breve.

Eis que meu coração diz: Um servo arrependido serve?”

Um comentário:

Emilianu's disse...

Depois de quatro anos servindo como Evangelista, quiz ampliar meus estudos no Seminário. Tnha tudo encaminhado, porém o Presbitério de Cuiabá, em sua reunião de outubro de 1987 não quiz me enviar por motivos que lhe eram próprios. Fui para um quinto ano e lá, na cidade de Pontes e Lacerda, desisti de tudo e fui trabalhar numa empresa estatal. O coração ardia, pois minha chamada e vocação não era ser funcionário público. Nesta angústia entrei com nova solicitação para ser encaminhado ao Seminário e neste período minha alma voou com estas palavras de entrega...
Emiliano.