MEU FILHO, EU TE ACEITO.
José Emiliano da Cunha
10/09/1986 // 22horas.
Sabe, filho, quando te vejo tão preocupado
Em te desfazeres de laços e redís
Cogitando n’alma que por isto és rejeitado...
Eu fico pensando: ‘Será que em vão sofrí?’
Às vezes olho e te vejo
Sob um peso tão grande ao ponto
De te esmagares...
Ou numa pressão tão grande ao ponto
De te deformares...
E nesse peso... e nessa pressão...
Tu te esqueces de mim.
Esqueces de minhas restauradoras promessas:
‘Vós, cansados e oprimidos, vinde a mim.’
Filho meu, quantas vezes tu estás
Labutando para seres digno, cheio de comiseração;
Enquanto a promessa é: “Bem aventurados
Os humildes... sim, os paupérrimos, os miseráveis...”
É preciso te despires de toda a suficiência, filho,
E descobrir que os dignos de mim são os indignos
Do mundo, de tudo e de todos...
Mas, meu filho, eu te aceito...
Te aceito ‘apesar de’.
Te aceito a despeito de todos os teus esforços!
Te aceito mesmo com todos os teus embaraços!
Eu morri por ti... pra seres meu...
Venha após mim e eu te farei...
Te farei, meu filho, ver coisas
Grandes e ocultas, maravilhosas demais para ti.
Te farei, meu filho, ser aquele homem
Que jamais sonhaste...
Te farei experimentar coisas que são
Inacessíveis e inexplicáveis à mente e à razão.
Te farei ter aquela vida que é abundante,
Aquele fluir e fruir do Espírito no ser, não mera emoção...
Venha após mim e eu te farei...
Te farei andar nos caminhos jamais palmilhados...
Te farei armar projetos jamais engenhados...
Te farei saber os conceitos jamais explicados...
Venha... e eu te farei...
Meu filho, sei que é difícil, mas...
Fé...
É andar numa certeza inatingível, mas palpável...
É ver as dimensões do Eterno...
É escalar os píncaros dos montes de Deus...
Fé, meu filho, é confiar que tudo podes, nAquele...
Confia e venha...
E eu te farei...
Porque eu te aceito...!!!
Um comentário:
Morava na cidade de Poxoréu, MT, nesta época. Estava terminando meu curso de II Grau e ansioso por iniciar a carreira no Seminário com vistas ao pastorado. Tinha anseios, dúvidas e medo! (Ainda os conservo em algum grau). Estas linhas me ajudaram a por meus sentimentos pra fora da alma.
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