quarta-feira, 14 de maio de 2008

AMBIENTE POR INTEIRO.

Emiliano, 23/03/1992.

Revisada 02/05/1992.

Olhe o canoeiro que singra e corta o rio

Na busca de seu pão, levando a vida a fio.

Em rasas ou enchentes, são águas puras.

E vida atura. Té mesmo dura!

Tem peixe pra comer,

Tem pesca pra vender,

Tem vida pra viver.

Olhe o agricultor, sim, olhe o lavrador.

Na luta pelo pão, sua lida na porfia.

Em secas, chuvas, ou vazantes

Onde os frutos são constantes.

Com muita dor, e muito suor.

Na lida há vida, há pão bastante.

Tem frutos pra colher,

Tem coisas pra vender,

Tem vida pra viver.

Olhe de novo o rio, mas olhe além do rio.

A vida por um fio: indústrias e usinas

A lhe secar as minas

Em rasas ou enchentes, suas águas só poluentes.

A vida atura... será que dura?

Tem nele vida? Um ser vivente?

Os peixes a morrer,

A vida a perder,

A morte a se ver.

Olhe de novo o chão, mas olhe além do chão.

A vida é incerta, a terra se faz deserta.

Herbicidas e fratricidas a lhe tirar as vidas.

Em secas, chuvas ou vazantes:

Onde o fruto de antes?

E a vida atura... será que dura?

Tem nela vida? Tem pão bastante?

Os frutos a apodrecer.

A vida a se perder.

A morte a se ver.

E agora, que será deste ambiente?

Que será deste celeiro?

Chega de meio ambiente,

Que se busque um (ambiente) por inteiro.

Um comentário:

Emilianu's disse...

Eliseu Severino era Diácono da Igreja Presbiteriana do Setor Universitário, em Goiânia. Eu, seminarista do Presbitério de Cuiabá, servindo aquela Igreja. Nos aventurávamos juntos a fazer poesia e como o Elizeu compunha música algumas se tornaram canções. Não sei se criaram raízes e floresceram. Esta foi uma delas. É a alma viajando em busca de se expressar e sonhar com algo melhor!