AMBIENTE POR INTEIRO.
Emiliano, 23/03/1992.
Revisada 02/05/1992.
Olhe o canoeiro que singra e corta o rio
Na busca de seu pão, levando a vida a fio.
Em rasas ou enchentes, são águas puras.
E vida atura. Té mesmo dura!
Tem peixe pra comer,
Tem pesca pra vender,
Tem vida pra viver.
Olhe o agricultor, sim, olhe o lavrador.
Na luta pelo pão, sua lida na porfia.
Em secas, chuvas, ou vazantes
Onde os frutos são constantes.
Com muita dor, e muito suor.
Na lida há vida, há pão bastante.
Tem frutos pra colher,
Tem coisas pra vender,
Tem vida pra viver.
Olhe de novo o rio, mas olhe além do rio.
A vida por um fio: indústrias e usinas
A lhe secar as minas
Em rasas ou enchentes, suas águas só poluentes.
A vida atura... será que dura?
Tem nele vida? Um ser vivente?
Os peixes a morrer,
A vida a perder,
A morte a se ver.
Olhe de novo o chão, mas olhe além do chão.
A vida é incerta, a terra se faz deserta.
Herbicidas e fratricidas a lhe tirar as vidas.
Em secas, chuvas ou vazantes:
Onde o fruto de antes?
E a vida atura... será que dura?
Tem nela vida? Tem pão bastante?
Os frutos a apodrecer.
A vida a se perder.
A morte a se ver.
E agora, que será deste ambiente?
Que será deste celeiro?
Chega de meio ambiente,
Que se busque um (ambiente) por inteiro.
Um comentário:
Eliseu Severino era Diácono da Igreja Presbiteriana do Setor Universitário, em Goiânia. Eu, seminarista do Presbitério de Cuiabá, servindo aquela Igreja. Nos aventurávamos juntos a fazer poesia e como o Elizeu compunha música algumas se tornaram canções. Não sei se criaram raízes e floresceram. Esta foi uma delas. É a alma viajando em busca de se expressar e sonhar com algo melhor!
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